Bisfenol A ou BPA é um difenol, policarbonato mais comum, utilizado na fabricação de plásticos e resinas. Essa substância é proibida em países como: Canadá, Dinamarca e Costa Rica, e em alguns Estados norte-americanos, mas no Brasil ele é utilizado em garrafas plásticas, mamadeiras e copos para bebês e produtos de plásticos variados.
No entanto, estudos demonstram que o bisfenol-A tem potencial cancerígeno, além de provocar efeitos adversos no desenvolvimento físico, neurológico e comportamental de crianças, devido ao fato de o componente químico exercer atividade similar de um hormônio.
Presente no revestimento de latas, em embalagens e utensílios plásticos, o Bisfenol A ganha o corpo pela boca e, no organismo, atua nos receptores do hormônio feminino estrogênio, simulando sua função.
No Brasil não existem leis que obriguem as indústrias colocarem no lacre que o produto tem essa substância. A Vigilância Sanitária (ANVISA) permite a liberação limite de 0,6 miligramas por quilo de material plástico. Mostrar para o consumidor que o produto não tem Bisfenol A, virou uma grande jogada de marketing, pois saber que seu filho utiliza uma mamadeira ou chupeta que não tem Bisfenol A é muito bom.
Em experimentos com animais, revelou-se que doses altas de bisfenol-A podem causar alterações na próstata e no trato reprodutivo masculino. Foram detectados também, problemas no desenvolvimento cerebral de roedores expostos a concentrações elevadas da substância. O relatório preliminar do National Toxicology Program (NTP) tem por base uma experiência com 500 ratos que foram alimentados ou infectados com doses baixas de bisfenol A. A química provocou alterações de comportamento, puberdade precoce, problemas no aparelho urinário e tumores (câncer da próstata e da mama). Um dos estudos recentes baseou-se na recolha de amostras de mamadeiras e chegou a conclusões idênticas às do NTP.
O trabalho “Mamadeiras Tóxicas”, publicado em 2007 pelo Environment California Research and Policy Center, chegou a conclusões semelhantes aos de outros estudos, ou seja, revelou que mesmo em pequenas quantidades, o bisfenol-A pode provocar doenças como o cancer da mama, a obesidade, o aumento da próstata, os diabetes, a hiperatividade, as alterações do sistema imunológico, a infertilidade e a puberdade precoce. O que há de novo no trabalho do programa nacional de toxicologia norte-americano é que este envolve cientistas das principais autoridades públicas norte-americanas em matéria do medicamento e da alimentação: a Food and Drug Administration (FDA), o Center for Diseases Control and Prevention e institutos de saúde públicos. Por estes motivos expostos, é necessário criar mecanismos de proteção ao consumidor, especialmente às crianças que são as maiores vítimas deste produto químico.
Segundo estudos da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP), o Bisfenol age como um hormônio sintético e sua ingestão pode provocar câncer, diabete, obesidade, infertilidade e outras doenças. São os bebês os mais vulneráveis aos efeitos do produto. Para conscientizar as mães e a população sobre as ameaças desse tipo de plástico, a SBEM também planeja uma campanha para o assunto.
Como diminuir os riscos
- Substituir copos, pratos e outros utensílios de plástico. Prefira armazenar alimentos e bebidas em recipientes de vidro, porcelana ou inox.
- Confie apenas nos produtos certificados pelo Inmetro.
- Preste atenção no símbolo de reciclagem. Essa informação costuma ser estampada no fundo da embalagem. Associada a ele, há sempre uma numeração. Procure evitar as que sejam classificadas como 3 ou 7, que podem apresentar maior concentração de bisfenol-A.
- Ao comprar produtos enlatados, confira se estão íntegros, sem amassados, que facilitam a liberação da substância.
- Não esquente alimentos no microondas em embalagens plásticas, exceto se forem fabricadas especificamente para esse tipo de forno.
- Não coloque líquido quente em canecas ou recipientes de plásticos.